sexta-feira, 28 de maio de 2010

Um desabafo

Desde outubro de 2006 eu vivo o Projeto UCA, Um computador por aluno, fui aos poucos me intrometendo, primeiramente como técnico do Núcleo de Tecnologia Educacional, depois como multiplicador e agora como professor lotado na Vila Planalto, um dos pólos iniciais. Vivi praticamente todas as incertezas deste projeto em relação a esta escola; do equipamento limitado, da experiência da internet, da ausência de apoio (das IES e do governo local), mas também vivi o heroísmo e desprendimento de alguns professores, da solidariedade de pessoas comprometidas com a educação e da determinação dos alunos (estes alimentados pelo sonho de uma vida melhor).

Hoje, maio de 2010, retornei a escola em um momento decisivo deste projeto, ou vai ou racha, já não são só mais cinco, várias outras escolas se somaram a este projeto e alguns pontos precisam de um melhor desenvolvimento.

1. Melhor integração entre governo, IES e escola,
2. Humanização do uso da tecnologia
3. Efetivar a participação da comunidade
4. Fortalecer o planejamento pedagógico dentro da escola

Só posso colocar aqui, o que realmente vejo nesta escola e sei que muitas outras escolas podem passar pelos mesmos problemas que aqui sofremos, pois, estamos sujeitos a uma fogueira de vaidades que envolvem governo , estudiosos , administradores e até eu. Uns se acham melhores que outros, outros estão com medo, outros se justificam, alguns distorcem e fogem das sua responsabilidades, e muitos tem um pouco de tudo isto.

Dizem que é nos momentos de crises que reavaliamos a nossa caminhada e hoje acho que posso afirmar que a minha caminhada foi reavaliada, afinal sou um ser humano, meu grande erro foi o de esquecer que educação tem um objetivo, ela está no aluno, naquilo que ele sonha e deseja para a sua vida, e sendo assim voltei para esta escola para me redimir dos meus erros.

Lamento muito que neste mundo cheio de boas idéias, poucos percebam que a inclusão digital é um trabalho de reconstrução do ambiente escolar, pois eliminamos a paredes da sala de aula, e podemos viver a globalização como um todo onde podemos dar ao professor uma ferramenta de imaginação e produção, podemos nós comunicar melhor, enfim posso expandir os meus horizontes.

Peço desculpa se sou prolixo, já fui definido assim, por gente que chama este projeto de lixo, mas aqui e agora gostaria de afirmar que acredito na escola, nos seus professores (os que aqui estiveram ,os que estão, e os que virão) e nos seus alunos, pois só os que têm vontade de aprender e que podem ajudar na educação.