segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Desabafo de um pai

Me casei a nove anos e a oito sou um feliz pai de um anjo na face da terra, infelizmente ocorreu a separação entre eu e a mãe da Giovanna, mas não entre o pai e a filha...neste anos que se sequiram, tenho feito muito para estar ao lado dela com amor e esperança.
A dois anos, me lancei em uma relação onde encontrei uma pessoa boa de coração e justa de alma, Minha filha tinha por ela a adoração de uma mãe e o respeito de uma amiga...em muitas coisas ela passou a ser uma referência para a Gigi. Logo estávamos juntos, sonhando juntos e havia a esperança de um dia morarmos todos juntos.
Porém no início do ano este relacionamento acabou; por motivos justos , porém por vias erradas. Hoje afirmo que ficou na minha alma uma ferida que muito me incomoda...todos os dias uma frase me atormenta, pois foi dita por uma pessoa que para mim era exemplar e por quem eu nutria um enorme respeito. “Fulano que dá um bom pai e não ele.” Esta frase foi uma bomba na minha crença que eu era um pai exemplar, pois eu não entedia os critérios que foram usados para me julgar daquela forma e se foi feito desta forma é porque existiam informações vindas da pessoa que eu convivia, e confiava, e que naquele momento se limitou a pedir silêncio como se concordasse com a frase.
Deste dia em diante passei a me perguntar o que realmente sou...ser pai separado é difícil...você não é bem visto por muitas pessoas, trazer a as amigas da sua filha para visitar a casa do pai é complicado, ir ao cinema levando as colegas é impossível e em muitos momentos a sua serventia está no pagamento de pensão alimentícia...ser pai separado demanda muito esforço e dedicação, sendo assim o acontecido acendeu uma luz de alerta dentro de mim.
Já se passaram cinco meses do fato...e não tem um dia que eu não sinta vergonha de mim, que eu não chore por me achar um fracasso e tente encontrar uma razão maior por viver. A razão certamente está em mim, naquilo que sou e faço e na responsabilidade que tenho perante o mundo, mas peço desculpas a minha filha por muitas coisas entre elas:
• Por não estar presente todos os dias,
• Por não cuidar dela melhor
• Por fazer que ela viva dividida em dois lares e
Peço desculpas para aqueles que não me acham um bom Pai e a aqueles a quem eu possa ter enganado, frustado ou decepcionado , me esforço para que isto seja corregido sabendo que de boas intenções o mundo está cheio, mas sei que Deus me ajudará a ter dignidade suficiente para estar junto com a minha filha na caminhada linda que será a sua vida.